Larvas de mosquito

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As larvas de mosquito são geralmente considerado um dos melhores alimentos disponíveis para os killis. Embora seja um alimento disponível apenas durante os meses menos frios do ano, vale a pena tentar obtê-lo em quantidade. A diferença no número de ovos postos e na apetência reprodutiva dos peixes alimentados com larva de mosquito negra recompensa o killifilista diligente que se presta ao trabalho de a procurar.

Larva de mosquito negra – As larvas dos mosquitos do género Culex são conhecidas por toda a gente que já espreitou para dentro de um recipiente deixado ao ar livre com água dentro. São os curiosos animais que parecem permanecer pendurados da superfície da água e nela mergulham em frenéticas cambalhotas ao mínimo sinal de alarme. As fêmeas do mosquito pôem os seus ovos em pequenas jangadas depositadas em águas estagnadas, de onde nascem as larvas passados alguns dias. Estas parecem pequenos vermes que vivem junto à superfíce, de cabeça para baixo e respirando o oxigénio atmosférico através de um tubo que possuem na parte posterior do corpo. Alimentam-se de micro-organismos e bactérias até se tornarem pupas, tomando então a forma de uma vírgula até que delas emerge o mosquito adulto, que voa em busca de flores (se for macho) ou de sangue (se for fêmea). Todos os estágios da vida larvar são apropriados à alimentação dos nossos peixes, e uma vez que são geralmente recolhidos em grande diversidade de tamanhos é possível separá-los através de crivos apropriados para que se forneçam aos peixes larvas das dimensões adequadas ao tamanho das suas bocas. Podem-se conservar alguns dias no frigorífico, em água limpa, o que evitará que se metamorfoseiem em sanguinários chupadores de sangue humano. Blergh!

Larva de mosquito vermelha – É a larva de um mosquito inofensivo, o Chironomus plumosus. Vive normalmente em águas poluídas, enterrado nos sedimentos em tubos que constrói. Por vezes sai e nada, desastradamente, na coluna de água. Inconfundível na sua côr veremlho viva, que é devida à hemoglobina que possui e lhe permite viver em meios muito pobres em oxigénio. A sua captura, quando não estão a nadar na coluna de água, é um trabalho sujo que envolve recolher os sedimentos e peneirá-los. Colocando o sedimento numa peneira que apenas aflora um recipiente de água e deixando-os ao sol, as larvas atravessam a peneira e podem ser recolhidas razoavelmente limpas no recipiente. De notar que algumas pessoas têm manifestado reacções alérgicas ao contacto com estas larvas, facto que alguns autores imputam à hemoglobina.

Outras bichezas – Junto com estas larvas são, por vezes, recolhidos outros organismos, e se alguns podem ser utilizados como uma saudável e bem vinda variedade na dieta, outros há que são perigosos predadores que convem não introduzir no aquário, sob pena de estarmos a inverter os papéis entre o alimento e o alimentado. No primeiro grupo incluem-se várias larvas de muitos outros organismos, como por exemplo Chaoborus ou Efémeros. Sendo predadores, o seu tamanho não os torna perigosos para um killi adulto. No segundo grupo temos muitos insectos aquáticos e larvas de libélula. O recurso a um guia de organismos aquáticos evitará dissabores, e na dúvida mais vale enviar sanita abaixo um bicho suspeito do que um cadáver de um dos nossos peixes favoritos…