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  • #267857
    José Duarte
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    Vou começar esta introdução de experiências e dúvidas, com um pedido de desculpas. Pois não fiz qualquer registo fotográfico/video.

    Foi me oferecido pelo “meu” Cr7 dos killifish. Um grupo de ovos de Fundulopanchax marmoratus (os famosos) “Bakosi Kamp”.
    Era uma turfa com 27 ovos (se não estou em erro), nasceram 14 do grupo de ovos. Chegaram à maturidade 11. (eram 12 mas 1 desapareceu, devia ter laços sanguíneos, com os coelhos de houdini)
    Como eles começaram a por ovos, mas eram poucos. Resolvi tentar retardar o nascimento deles. Desta forma usei turfa.

    Assim começa…
    Dia 31 de Maio, retirei 3 ovos e introduzi numa mão cheia e bem espremida de turfa.
    Ficaram num saco zip. Com a descrição num papel, para colocar na água dia 7 de Junho.
    Pois, nunca mais me lembrei.
    Dia 21 de Junho encontrei o saco com a descrição e forçosamente lembrei-me do “teste”.
    Coloquei a turfa na água e apenas via um ovo, com o alevim dentro.
    Dia 22 de Junho, vi que nasceram 3 alevins.

    É normal este tipo de diapausa nesta espécie não anual?
    Foram 23 dias, fora o tempo de eles terem sido postos pelos pais.

    cumprimentos

    • Este tópico foi modificado Há 6 years, 5 months por José Duarte NGE.
    #267860
    José Cristiano
    José Cristiano
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    Olá Duarte

    Não sei se desculpo a falta de registo fotográfico/vídeo…

    Por acaso também mantenho essa espécie 😉 mas só agora começei a sacar alguns ovos para fazer um grupinho para mim. Embora já tenha distribuído a espécie por alguns sócios nunca me preocupei muito com ela, em primeiro porque é das poucas espécies (que mantenho/mantive) em que a reprodução natural é uma realidade e em segundo por falta de espaço. Portanto não te posso ajudar muito com tempos de incubação, quer em água quer em turfa. Por acaso dos que saquei agora coloquei um grupinho de 14 num aquário de 90L no exterior (sem filtragem) a ver o que dá.
    Da minha experiência com Fundulopanchax posso dizer-te que com os Fp. nigerianus “Innidere”, embora de outro subgénero, e com temperaturas superiores a 20ª, já molhei turfas com sucesso a partir de 4 semanas a 4 meses. Com os Fp. amieti molho as turfas com 2 a 2 meses e meio. Tem tudo a ver com a temperatura durante o período de incubação.

    Já agora o local de captura será Bakossi Camp, Fundulopanchax marmoratus “Bakossi Camp” CGVPM 15/2

    Abraço

    José Cristiano

    #267861
    José Duarte
    NGE
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    Cris7iano, 4 meses com não anuais?
    Será que consigo retardar o nascimento de anuais da mesma forma?
    Será que a saúde do alevim fica mais frágil?

    A versão em Norueguês encanta mais “Bakosi Kamp” em vez da versão em Francês de “Bakossi Camp”.
    😀

    #267862
    Paulo Alves
    Paulo José Alves
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    • ★★★★

    Olá

    É comum para os Fundulopanchax não semianuais e para os Aphyosemion o tempo de incubação a 20-23C ser cerca de 3 semanas, era o que eu fazia quando os tinha e é o que muitos criadores fazem. Um criador que conheço que já teve todos os Aphyosemion e Fundulopanchax, ou quase, deixar a incubação durar exactamente 20 dias a 22C.

    Abraço
    Paulo José

    #267864
    Luís Oliveira
    Luis Oliveira
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    • ★★★★

    Olá a todos,

    A minha opinião sobre a denominação da população:

    – Se esta população estive identificada pelo Huber eu não teria dúvidas nenhumas. Era como estivesse no Killie-Data que seria reconhecida por nós. Infelizmente no Killie.Data de bolso, edição de 2018, apenas constam Ituka (ADL 13-43), Mbonge e Mundemba.
    – O Google Maps apenas identifica “Bakossi Camp”, na estrada entre Lumba e Loum.
    -Os Camarões têm duas línguas oficiais, o Francês e o Inglês, resultantes da divisão do país depois da segunda guerra mundial entre a França e a Inglaterra.
    . Por curiosidade os portugueses foram os primeiros a chegar e criaram a denominação “Rio dos Camarões”. A Wikipédia faz maravilhas. 🙂
    – Embora a denominação existente seja a francesa, “Bakossi Camp” fica no antigo território inglês.
    – Algumas associações têm o hábito de traduzir as localizações/populações, o que eu considero um erro.
    – Se a tudo isto juntarmos erros de transcrições (Beira que deu origem a Beria, por exemplo), eu advogo que devermos fazer os possíveis para manter inalteráveis as populações e códigos de colecta.

    – Em conclusão, estou tentado a dizer que deveríamos uniformizar e usar Bakossi Camp, pois é essa a denominação da localidade. Mas gostaria muito de conhecer outras opiniões.

    Aproveito para agradecer ao Duarte pela criação do tópico e a todos os que vão contribuindo para o debate e subsequente crescimento do nosso forum e associação.

    Abraço,

    Luís Oliveira

    #267866
    José Cristiano
    José Cristiano
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    • ★★

    Viva

    Existe uma população “Bakossi Camp” com código ADL 13/37. E como curiosidade os “Bakosi Kamp” CGVPM 15/2 só apareceram ainda na nossa convenção em 2016. Depois de alguma pesquisa cheguei à conclusão que a população seria Bakossi Camp. Talvez esta espécie tenha passado por terras alemãs e daí o “Kamp”, não sei. Também neste caso usando o código de coleta não levanta dúvidas, embora não tenha conseguido ainda nenhuma informação acerca da expedição CGVPM.

    Com os Fp. amieti e com temperaturas a rondar os 22ºC no verão, aconteceu-me algumas vezes na incubação em água ter os alevins completamente formados nos ovos e não nascerem. Por vezes demorando 1 mês e meio a eclodir. Daí ter começado a fazer turfas, é só arrumar e molhar mais tarde. As turfas são também mais fáceis de oferecer do que ovos em água, com o senão de como nunca procuro ovos levam a ressalva de “talvez nasça qualquer coisa, ou não…”

    Cumprimentos

    José Cristiano

    #267876
    José Duarte
    NGE
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    Cada vez aprendo mais, Paulo José.
    Não tenho ligado muito às temperaturas dos ovos, coloco num recipiente em cima de uma tampa de vidro de um aquário, que tem um termostato a 22cº.
    Deve ter (não faço ideia) uma temperatura constante, a baixo de 19/20cº, acho que em 2/3 semanas costumam nascer. Não faço é ideia, quando são “desovados”.
    Acredito com 1cm de água possa haver estabilidade na temperatura.
    Mas, fiquei espantado com a turfa.

    Alguém sabe me dizer se existe algum tipo de trocas gasosas, entre o interior de um ovo, para o exterior do mesmo e vice?
    Não se a “membrana” ou “casca” do ovo permite essas trocas.

    Luís Oliveira, irei usar “Bakossi Camp”, nas próximas descrições desta espécie. O Cristiano já tinha dito, que tinha investigado e Bakossi Camp seria o mais indicado. Sou sincero, continuo a gostar mais, da construção das palavras com k, que existia (já não existe) no alfabeto e quase que não usávamos.

    Cristiano, esses ADL 13/37 não são nada iguais aos CGVPM 15/2 . Em termos de cor, são opostos.
    A tal localização Bakossi Camp, deve ter riachos bem afastados, pois da maneira como os CGVPM 15/2 saltam, já se teriam cruzado.
    No outro dia deparo-me com 1 macho num aquário de camarões. Não fiquei feliz, mas o peixes estava. (desconfio que tenha passado lá a noite)

    #267889
    Paulo Alves
    Paulo José Alves
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    Olá

    Concerteza que existe alguma troca gasosa pela casca dos ovos quer nos dos peixes quer nos das aves ou dos repteis. Uma agua boa para manter peixes tem oxigenio suficiente para os ovos e alevins.

    Abraço
    Paulo José

    #267900
    Filipe Torre
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    Olá!

    Quanto à população, é problemática a não uniformização. Em meu entender predomina sempre a designação do país de origem. É a melhor forma de manter as coisas claras e de não andarmos ao sabor dos egos de cada um.

    As diapausas estão normalmente associadas a killies anuais. No caso concreto parece-me tratar-se mais de abrandamento do desenvolvimento embrionário do que supressão do desenvolvimento embrionário.

    Os Fp. nigerianus são anuais, mas facultativos, ou seja, caso o biótopo não seque por completo conseguem na mesma completar o ciclo reprodutivo. Os killiófilos tendem a designar esta característica por semi-anualidade mas a designação correcta é anualidade facultativa.

    A viabilidade biológica do alevim antes da eclosão tem a ver com várias variáveis tais como: temperatura, luz, trocas gasosas, disponibilidade e nutribilidade da vesícula vitelina (saco vitelino), etc.. Um alevim com 1 ano pode estar perfeito dentro do ovo e um com 2 semanas pode estar em sofrimento, depende do alimento disponível e das condições ambientais a que estão sujeitos.

    Nunca fui muito de advogar tempos de incubação taxativos, principalmente no caso dos Fundulopanchax. A forma mais fácil e acertada de saber quando os ovos estão prontos a ser molhados é recolhê-los e colocá-los em caixas de Petri, sobre turfa húmida. Ainda que recolhidos ao mesmo tempo nem todos os ovos “embrionam” ao mesmo ritmo.

    Abraço!
    Filipe Torre

    #267903
    José Duarte
    NGE
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    • Membro Bronze

    Agradeço, todas as respostas aqui descritas no tópico e em privado.
    Boa partilha de conhecimentos.

    O motivo, por trás da pergunta sobre a existência ou não de trocas gasosas. Vem da ideia de “simular o natural”.
    Ou seja. Muitos de nós usamos recipientes (caixas petri, outros…) como zonas de incubação.
    Embora a turfa seja considerada neutra, acho que liberta taninos e acidifica a água.
    Devo ter lido em algum lado (não me recordo onde), que água com um ph ácido, atenua ou chega mesmo neutralizar amónia.
    Através dessa ideia, testei a utilização de turfa após o nascimento dos alevins.

    Processo que uso, para eclosão e crescimento de alevins.
    Colecto os ovos da mop, coloco num recipiente limpo com 1cm de água.
    Deixo esse recipiente em cima de uma tampa de vidro de um aquário com aquecimento.
    Com o passar do tempo, removo fungados.

    Na fase após o nascimento, costumava mudar os recém nascidos para outro recipiente de crescimento.
    Este recipiente limpo, apenas recebe um pouco de musgo e 2cm de água limpa e um pouco de agua verde.
    Mas, agora mudei um pouco.
    Este recipiente agora recebe uma quantidade de turfa que cobre o fundo do recipiente e não leva água verde.
    E é “montado” na mesma altura da colecta dos ovos.

    A mudança deve-se a um video que vi no yt, sobre a reprodução de coridoras.
    O criador, falava de uma outra conversa que teve com um colector/criador de peixes.
    Falava em recolher casca de árvores com musgo, para adicionar no aquário para os alevins.
    Conforme os alevins cresciam a casca ia apodrecendo e ia desenvolvendo “bichezas” (paramecium e outros…) que servem de alimento.
    Ao mesmo tempo o musgo, dava abrigo a esses seres e aos próprios alevins.

    Com a turfa tento simular a mesma ideia. Estou a gostar dos resultados. Parece-me que crescem a um maior ritmo do que sem turfa.
    Mas, ainda uso o primeiro recipiente para eclosão.
    Primeiro, por ser mais fácil seleccionar ovos fungados.
    Segundo, porque não sei até que ponto pode existir possível choque de parâmetros, nos ovos.

    cumprimentos
    Duarte

    • Esta resposta foi modificada Há 6 years, 5 months por José Duarte NGE.
    • Esta resposta foi modificada Há 6 years, 5 months por José Duarte NGE.
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