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Home Forum APK Killifilia Viagens de Colecta Viagem de coleta à Florida – Os killies

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  • #217498

    Miguel Figueiredo
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    Viva,

    Aqui vão então algumas fotos dos killies encontrados na viagem de coleta que eu e o Delfim Machado fizemos recentemente aos Everglades e outras regiões da Florida.

    Este é considerado o killie mais raro da Florida mas para nós foi o mais fácil de encontrar 🙂

    Kryptolebias marmoratus (hermafrodita)

    [img width=640 height=429]http://aquatotal.com/mf/flfm2012/IMG_2300-1.JPG[/img]

    Kryptolebias marmoratus (macho primário)

    Embora mantenha killies há cerca de catorze anos, foi a primeira vez que consegui ver um macho de marmoratus, o cor-de-laranja vivo é surpreendente… Quem diria que o marmoratus era afinal um killie extremamente colorido:

    [youtube]zdhO1cDCQt8[/youtube]

    Não, nós não apanhámos estes peixes 🙂 o marmoratus é uma espécie protegida na Florida, a sua colecta é estritamente proibida, com multas de muitos milhares de dólares. Mesmo se assim não fosse, o peixe é mais raro que ouro, para já não falar nos machos, menos de um para cada cem hermafroditas… Felizmente conseguimos um contacto num dos principais centros de investigação desta espécie na Florida, aí fomos muitíssimo bem recebidos e ofereceram-nos quatro ou cinco exemplares “para pesquisa”, da população “Everglades”, além de ovos de uma outra população mesmo no limite norte da espécie, capaz de suportar temperaturas tão baixas como 5º C… quem sabe, talvez possa aguentar o inverno português, embora não me arrisque a experimentá-lo enquanto não tiver excedentes.

    Todos os marmoratus sobreviveram e nadam felizes nos aquários.

    Encontrámos outros killies mais comuns, estes sim, exigindo-nos esforço de coleta, além da sempre interessante sensação de podermos, por nossa vez, ser coletados por umas tais lagartixas aquáticas que habitam a zona… era a “biting season” dos aligatores da Florida! “Biting season” quer dizer algo como “Estação das mordidelas”: é quando ocorrem a maior parte dos ataques a pessoas.

    Fundulus chrysotus, fêmea melanística

    [img width=640 height=429]http://aquatotal.com/mf/flfm2012/IMG_2650-1.JPG[/img]

    Fundulus chrysotus, casal com o fénotipo mais frequente

    [img width=640 height=429]http://aquatotal.com/mf/flfm2012/IMG_2533-1.JPG[/img]

    Jordanella floridae

    [img width=640 height=429]http://aquatotal.com/mf/flfm2012/IMG_2381-1.JPG[/img]
    [img width=640 height=446]http://aquatotal.com/mf/flfm2012/jordanella.JPG[/img]

    Lucania goodei

    [img width=640 height=429]http://aquatotal.com/mf/flfm2012/IMG_2360-1.JPG[/img]

    Quem também se interessar por não killies, incluindo outros peixes, caracois, plantas ou mesmo aligatores pode consultar informação adicional sobre a expedição no forum do ViP:  http://viviparos.org

    Miguel
    PS- Apesar do que andam por aí a dizer, eu não trouxe nenhum aligator. Aquilo que o Miguel Andrade e a Maria João viram no aeroporto dentro de um saco era simplesmente uma Jordanella, um bocadinho mais enrugada…

    #233011

    RubinhoOLD
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    Ficamos entäo a aguardar o artigo…  ;D

    #233012
    Vasco Manuel de Almeida Ribeiro Gomes
    Vasco Gomes
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    Jordanellas com código de colecta? Fantástico! Se aí estivesse pedia-te já umas quantas e punha-as num laguito da Freiria.

    Obrigado pelas fotos. Agora expurga lá os teus apontamentos de toda a bicharada inútil que apanhaste (deixa ficar os crocks, dão colorido ao relato) e escreve um belíssimo artigo sobre os killies da Flórida. Creio que é mais uma estreia, uma viagem de colecta de killies por um sócio APK à América do Norte. Já cobrimos todos os continentes.

    Abraço.

    #233013
    António Castro
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    Boas.
    Miguel, esse chrysotus é de cortar a respiração!
    Nunca os vi  numa convenção. Já vi outros cyprinodon e fundulus
    mas em numero muito reduzido… São um grupo injustamente
    mal-amado.
    cps.
    A.Castro

    #233014

    Miguel Figueiredo
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    Castro,

    Ouvi dizer que estavam uns Fundulus zebrinus em Espanha mas nessa altura andava eu atrás dos aligators (ou vice-versa).

    É um peixe que nunca vi ao vivo… Foi algum português que ficou com eles?

    Miguel

    #233015
    Paulo Alves
    Paulo José Alves
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    Olá

    Castro, há uns anos numa convenção da APK puz um casal de Fundulus chrysotus, um exemplar normal e um melanistico. O Vasco tirou uma foto e está no site.
    Miguel, o Zapater disse-me que está a pensar mandar Fundulus zebrinus para a nossa convenção, tem crias que então já devem ter tamanho.

    Abraço
    Paulo José

    #233016

    Miguel Figueiredo
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    Vasco,

    As Jordanellas apresentam duas variações cromáticas e eu nem fazia ideia disso, as únicas que mantive durante quatro ou cinco anos eram as tais sem população que encontrei numa convenção.

    As minhas jordas são as Jordanella floridae “Alligator Alley” FLFM 12-10 mas ainda são juvenis, com cerca de dois cm.

    O Delfim Machado tem exemplares adultos de uma outra população, capturada mais a norte.

    Só espero que aguentem também o inverno português, não é 100% certo, aquilo é realmente quente, por esta altura a temperatura tem andado próxima dos 30º C. A Alligator Alley é uma estrada com centenas de km que atravessa os Everglades, uma das regiões mais quentes da Florida.

    Miguel

    #233017
    António Castro
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    Olá Paulo, boas tardes.
    Esse comentário faz de mim um “jovem” na APK!  ;D Não sabia que já tinham aparecido…
    Miguel, creio que os zebrinus foram para um espanhol…
    Cps
    A. Castro

    #233018
    Duarte Gonçalves Frade
    DuarteFrade
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    Só consigo dizer uma coisa: uau!

    #233019
    Paulo Alves
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    Miguel

    Os Jordanella aguentam bem o nosso Inverno, do Minho ao Algarve varios criadores os têm cá fora. A distribuição geografica dos Jordanella cinge-se ao centro e ao Sul da Florida, não há grandes diferenças climaticas nessa area, naturalmente que a sul é um pouco mais quente mas nada de dramatico. É garantido que esses novos emigrantes aguentam o Inverno.

    Abraço
    Paulo José

    #233020
    Filipe Torre
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    Parabéns Miguel!
    Ora aí está uma viagem bem fixe para se fazer e os peixes são 5*, bem bonitos!
    Cumprimentos!
    Filipe Torre

    #233021
    Luís Oliveira
    Luis Oliveira
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    Parabens Miguel,

    Imagino o prazer que deu fazer esta viagem…

    Ficamos à espera de um interessante artigo para as primeira revista de 2012.

    Cumprimentos,

    Luis Oliveira

    #233022
    Ricardo Nuno Silva Cardoso Santos
    Ricardo Santos
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    Miguel

    Estou a babar por esse macho secundário de marmoratus (ou hermafroditus???). Diz-me uma coisa… esses machos fecundam os hermafroditas? Ou há fêmeas secundárias? Por acaso ninguém te disse nesse centro de investigação se há algumas condições particulares para obter esses machos?

    Muitos parabéns pelo sucesso da viagem!

    Abraços,

    Ricardo

    #233023
    João Paulo Dam. Miranda
    paulo miranda
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    Boas,

    Parabéns amigo Miguel F.

    Sobre a jordanella, aqui no Alentejo já passaram por temperaturas de 0º, e 2º/5º durante algum tempo, inclusive à noite aqui se mantém a estas temperaturas de noite sem o mínimo de cuidados na minha varanda no exterior…….. 🙂

    Aquele abraço,

    #233024

    Miguel Figueiredo
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    Ricardo, é um macho primário, já nasceu macho, os secundários são hermafroditas que se transformam e nunca ficam tão cor-de-laranja.

    De facto, está pequeno, tenho que o alimentar bem. As condições no centro de investigação são… industriais!

    Dezenas ou talvez centenas de peixes são mantidos numa espécie de cinzeiros de vidro empilhados, talvez com apenas 1 dl de  água salgada. Alias o peixe nem precisa de água, basta estar húmido. Como unico alimento recebem, dia sim dia não, artemia recém-eclodida. Dado que é agua salgada, a artemia mantem-se até ser comida. Pareceu-me pouco mas o certo é que tiram ovos com regularidade e muitas das estirpes já tinham mais de 20 gerações! Com os hermafroditas (são quase como clones) não há evidentemente problemas de consanguinidade.

    Sim, os machos fecundam os hermafroditas. Fiz exatamente essa pergunta: como é que o hermafrodita sabe que deve deixar de produzir esperma e, na prática, comportar-se como fêmea, na presença de um macho?

    Responderam-me “This is the million dollar question”, ou seja, ninguém sabe como esse mecanismo funciona.

    Sim, em cativeiro aparecem muitos mais machos que na natureza, não me souberam dar uma estimativa exata mas, pelos machos que vi, suspeito que deve andar pelos 5 ou 6% ou talvez até mais. Porquê? Não sabem mas para mim parece-me óbvio: os machos aparecem em condições ambientais anómalas e este tipo de laboratórios não são propriamente um ambiente natural.

    Atenção que esta estória dos hermafroditas e dos machos  é ainda mais complicada do que aquilo que possamos imaginar.

    Geralmente, após muitas gerações de hermafroditas, teremos individuos homozigóticos. Um macho vai baralhar completamente o esquema! Do cruzamento entre um macho e um hermafrodita surgem hermafroditas heterozigóticos. Ora estes hermafroditas têm reprodução sexual consigo mesmos, portanto vão desencadear uma geração que não é de clones mas sim de individuos com genes distintos.

    Por exemplo, imaginemos supostos genes alélos A e B, sendo o macho AA e cruzando-se com o hermafrodita BB, todos os filhos serão AB.

    Ora um hermofrodita AB irá originar individuos AA, AB e BB… Portanto se imaginarmos todo o genótipo, cada filho de um hermafrodita será um individuo único e não uma mera cópia do progenitor.

    Um macho funciona como numa espécie de tsunami genético sobre uma população de marmoratus: volta a baralhar os genes e desencadeia novas combinações, mesmo em futuras gerações hermafroditas.

    Miguel

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